Eleições América Latina 2018: quem, quando, o quê

A América Latina tem por diante um intenso calendário eleitoral em 2018, que sem dúvida marcará o caminho de suas relações políticas e econômicas com o resto do mundo. O tiro de largada será dado pela Costa Rica em fevereiro, seguida do El Salvador em março, Paraguai em abril, Colômbia em maio, México em julho, Brasil e Peru em outubro e, se não houver nenhum imprevisto, a Venezuela.

Os sinos irão tocar por López Obrador no México ou pelo candidato que o PRI apresentou, José Antonio Meade, que pela primeira vez na história não é um militante do partido? Tocarão por Lula da Silva no Brasil ou ficarão silenciados por ordem judicial? Quem ganhará na Colômbia: Fajardo, Vargas Lleras, De la Calle, Ordoñez, Duque, Nieto, López ou um dos outros 50 candidatos? Uma coisa é certa: os resultados não são apenas uma questão interna de cada país, mas algo que afetará toda a região. Em um mundo globalizado e interconectado, tanto no âmbito econômico como no das ideias e posições políticas, o que acontecer em cada uma das diferentes eleições da região terá consequências no equilíbrio geopolítico do continente e, por conseguinte, nas suas relações com o resto do mundo.

Durante séculos, os sinos foram um meio de comunicação rápido e eficaz que avisava a população sobre os acontecimentos da vida comunitária. Um código compartilhado, aprendido por todos desde a infância, que indicava a hora do dia, a chegada de um visitante prestigioso, um incêndio, uma criança perdida, uma tempestade, uma festa ou um falecimento.

Se essa linguagem ainda estivesse em vigor, ela sem dúvida incluiria o resultado das eleições entre suas mensagens difundidas. Haveria diferentes toques e sequências para cada partido, para uma maioria absoluta, para um segundo turno presidencial ou qualquer outro possível cenário. No entanto, o De campanorum pulsatione, guardado no Arquivo da Catedral de Toledo, na Espanha (manuscrito 23-17), que descreve como e em que situações os sinos devem soar, confirma que não há nada estipulado em caso de eleições. Talvez seja por ele ter sido escrito em 1357, quando não eram muito comuns esses procedimentos.

Em 2018, mais de 420 milhões de pessoas serão chamadas às urnas na América Latina para escolher os homens e as mulheres que irão liderar os destinos dos seus países. Costa Rica (fevereiro), Paraguai (abril), Colômbia (maio), México (julho), Brasil (outubro) e Venezuela (data por anunciar) são os campos onde se jogará o futuro político da região.

 

Continuidade ou renovação, esquerda ou direita, novos protagonistas ou atores conhecidos, ascensão do populismo ou consolidação da classe média são algumas das tendências que irão se definindo com o avançar do ano e conforme se conheçam os resultados.

Ernest Hemingway introduziu o seu romance Por quem os sinos dobram (1940) com um poema conhecido de John Donne sobre a interdependência das coisas humanas:

“Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do continente, uma parte da terra; (…) não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti”.

Devemos prestar atenção à atualidade, pois os acontecimentos de 2018 afetará a todos. Nunca melhor dito.

 

Um mapa para não se perder nesse longo “Ano eleitoral latino-americano 2018”

 

1) Por que é relevante a confluência dessas eleições na América Latina durante o ano de 2018?

Na América Latina, é raro que coincidam no mesmo ano tantos processos eleitorais nos principais países da região.

2) O que está em jogo?

Do ponto de vista socioeconômico, a América Latina está apostando na manutenção da sua via de crescimento econômico com sua correspondente repercussão no âmbito social.

3) Mas, nós temos uma ideia de qual será o resultado?

Nós nos enfrentamos a cenários que nas eleições anteriores poderiam ser “remotos”, mas que agora são perfeitamente plausíveis.

4) Desconhecemos os resultados, mas podemos ao menos saber quem vai se candidatar?

Diferentemente de eleições anteriores, em que candidatos pré-determinados e consolidados concorriam às urnas com base em sondagens e tendências mais ou menos definidas, nos processos eleitorais de 2018, a incerteza é total.

Apesar da data em que estamos, os principais partidos dos grandes países, a tradicional “fonte de presidentes”, continuam imiscuídos na definição dos seus candidatos e na formação de coalizões vencedoras.

 

Este estudo conta com a participação da área de Public Affairs da Argentina, Brasil, Chile, Peru, México, Colômbia, Espanha e Panama, e Latam Desk Europe da LLORENTE & CUENCA. 

Alejandro Romero

Sócio e CEO Américas da LLORENTE & CUENCA

Sócio e CEO para a América Latina da LLORENTE & CUENCA. Desde 1997, coordena o processo de expansão da companhia na América Latina, dirigindo nossos 8 escritórios na região. Além disso, Alejandro foi responsável pelos processos de comunicação de três das dez operações mais importantes de M&A na Região: a venda das operações da BellSouth ao grupo Telefónica, a aquisição pelo SABMiller do Grupo Empresarial Bavaria e a venda do grupo financeiro Uno ao Citibank. Como responsável pela operação no México, posicionou a empresa, em somente cinco anos, entre as três mais importantes do país, segundo o ranking anual da revista Merca 2.0.

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Claudio Vallejo

Diretor sênior do Latam Desk em LLORENTE & CUENCA

Éformado em direito e diplomado em estudos avançados em comunicação (DEA) pela Universidade Complutense de Madri, especializado em relações internacionais e marketing internacional pela Universidade de Kent em Canterbury/Cantuária, Reino Unido. Anteriormente, trabalhou como consultor sênior da firma multinacional de comunicação estratégica e assuntos oficiais, KREAB. Como diretor de comunicação atuou em várias empresas relevantes em cada um de seus setores como CODERE, ENCE, SOLUZIONA e é responsável internacional de comunicação da elétrica UNION FENOSA. Antes desta experiência empresarial, Claudio foi agregado comercial no Escritório Comercial da Embaixada da Espanha em Quito, Equador.

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