Territórios e Comunidades, as novas fronteiras da comunicação

Meu filho de oito anos conta que em sua escola se fala sobre o capítulo VIII da Saga de Star Wars. Com todo o merchandising do Natal sobrevivendo em suas mochilas, o debate é sobre o futuro de seu novo anti-herói Kylo Ren. Especulam com a divulgação de imagens dos personagens nas redes sociais na forma de bonecos de Lego ou de recriações dos imaginativos youtubers.

No ano da “Transformação Digital”, convém lembrar o que o fogo nos trouxe, entre outras vantagens nada desdenháveis, foi a possibilidade de alongar as conversas, a tecnologia foi além ao proporcionar a possibilidade de estendê-las em escala planetária.

São inúmeras as ferramentas que nos permitem estabelecer relações genuínas ao redor de interesses e crenças. Fortalecem a construção daquela que foi, desde aqueles primeiros tempos, a nossa principal unidade de convivência, a das comunidades, e a conversa sobre o que nos apaixona, os territórios.

Neste contexto, o marco mental no qual os comunicadores operamos deve evoluir. São muitas as mudanças que acontecem ao nosso redor para que os conceitos de audiência ou público, entre outros, sigam em nosso imaginário. Eram próprios de tempos nos quais os conteúdos da mídia de massa eram consumidos da única forma possível: passivos, em uma só direção e para serem dissecados em pequenos grupos de amigos.

Devem ser substituídos por outros que reflitam melhor a igualdade de planos em que nos encontramos hoje, cidadãos e empresas. Assim compreenderemos melhor que nós, adultos, fazemos o mesmo que as crianças. Recriamos nossos mitos onde nos reunimos, mas também além, muito além.

No artigo que escrevi com Ivan Pino e David G. Natal, compartilhamos nossas visões dos novos conceitos, ou não tão novos assim,  presentes em nosso exercício profissional e que funcionam melhor em coerência com o tempo no qual nos cabe comunicar.

Quando eu tinha oito anos, também falávamos no pátio sobre se Yoda tinha realmente morrido. Mas nosso debate ficava ali. Hoje são os dispositivos móveis e a nuvem os responsáveis por meu filho e eu entrarmos em contato com outras pessoas para, estendendo a conversa rumo ao infinito porque gostamos e porque nos mobiliza, construir novas relações, com ou sem as marcas.

Adolfo Corujo, sócio e diretor-geral corporativo de Talento, Organização e Inovação na LLORENTE & CUENCA

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